Com essa convicção, Jefferson Gonçalves deixa de traçar paralelas e investe nas confluências, ou em autênticas encruzilhadas, entre ritmos africanos e nordestinos e o blues, com o qual se lançou na carreira artística.
É uma proposta ousada, mas tem a mesma essência que marca na genuína música brasileira – formatada ao longo de cinco séculos por influências e interferências do que se fez e se faz na Europa, na América do Norte e na África, tudo isso temperado com uma malemolência e uma criatividade tipicamente subtropical.
Encruzilhada reúne em 13 faixas, o que inclui duas faixas-bônus, com um time de músicos de primeira linha. Kleber Dias (voz, guitarra, bandolim, violões de 6 e 12 cordas e lap steel), Anderson Morais (bateria e percussão), Sérgio Velasco (guitarras), Fábio Mesquita (baixo), Marco BZ (bateria e percussão), da banda que acompanha Jefferson Gonçalves, se uniram a convidados muito especiais e de igual pluralidade, entre os quais os cantores e percussionistas senagaleses Cheikh e Aliou Guissé, o tocador de Kora Baila Fall Kora, o gaitista argentino Nicolás Smoljan, o cantor americano Richard Werner, o paulista André Magalhães (percussão), o carioca Marco Arruda (percussão), os capixabas Marcelo Maia (viola de 10 cordas) e Fabricio Drummond (baixo acústico), os maranhenses Oliveira Neto (bateria), Samir Aranha (baixo), Ronald Santos (violão de 12 cordas) e Carlos Pial (percussão), os cearenses Ranier Oliveira (sanfona), Beto Lemos (Rabeca, viola de 6 e 10 cordas e percussão), Geraldo Júnior (flauta, ferro e triângulo), Michael “Pipoquinha” (baixo), os meninos da Fundação Casa Grande Aécio Diniz (moringa), Hélio Filho (caxixi e efeitos) e, do caldeirão de sons que o Cariri produz, Dantas Aboiador, misto de vaqueiro e artista popular de Nova Olinda (CE).
Essa troupe mergulhou em composições do próprio Jefferson, ora individualmente ora em parceria com Ranier Oliveira, Beto Lemos, Marcelo Maia, Kleber Dias, Marco BZ, Anderson Morais, Samir Aranha e Cheikh Guissé, e de nomes referenciais do blues, como Muddy Waters, Roy Rogers, Norton Buffalo e Mavis Staples, e da música brasileira, como Carlos Malta. Formou-se daí uma substanciosa leitura de música de qualidade.
“O que está registrado nesse quarto CD, que considero um divisor de águas na minha carreira, retrata um momento da minha vida no qual estou mais preocupado com música do que com estilo”, diz Jefferson.
O novo CD de Jefferson Gonçalves é uma produção iniciada em 2009 e concluída em 2011. Foi gravado nos estúdios Making Of (Rio de Janeiro/RJ), Satori (São Luís/MA), Djijack (Dakar/Senegal), Chachalote (Fradinhos, Vitória/ES) e Zabumba no Kariri (Nova Olinda/CE), respectivamente com os técnicos Fábio Mesquita, Edson Travassos, Paul Ernest “Bugz”, Ricardo Mendes e André Magalhães. A pré-mixagem é assinada por por Fábio Mesquita, Marco BZ e Jefferson Gonçalves, no Making Of, e Edson Travassos, Oliveira Neto e Jefferson Gonçalves, no Satori, para a faixa “Na Hora”. A mixagem final e a masterização foram feitas por André Magalhães, no Zabumba no Kariri.
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